Sólo le pido a dios - León Gieco
- Ana Cláudia Sousa
- 29 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Existe alguma música que resuma a nossa vida e que, ao fazê-lo, se torne a música da nossa vida.
Seria longo este caminho de ousar pensar sobre a relação da música com a Vida.
Sobretudo com aquela que nos cabe viver.
Outro tema interessante, que por vezes o mundo da música e da canção refletem é pensar se a Vida é realmente nossa presa nessa vontade que nos cabe de guiá-la ao longo dos dias.
No que concerne à minha vida não creio ser possível dizer que exista uma música que a defina ou que com ela se comparece na sua complexidade.
Desde que nasci, até hoje, a minha Vida tem sido acompanhada por milhares de músicas e de canções que a têm marcado em momentos particulares de existência.
Momentos de sonho, tempos de viagem, espaços de encontro e outros tantos de desencontro, pedaços de nostalgia, horas de tristeza, dias de alegria, desejos de revolução, gritos de esperança, pedaços de paz e outros tantos de amor.
Penso que a música é tudo isso e todo o mais que não consigo dizer. E talvez por isso tenha ganho, ao longo de milénios, este encontro com a palavra feita poesia que nos conduz para o futuro.
Uma coisa é certa a música, e o que guarda de palavras acompanha, as nossas vidas e certamente tem acompanhado a minha vida.
Nos últimos tempos, de dúvida instalada, existe uma música e uma canção a que recorro para não perder a sacralidade de quem sou e de quem quero continuar a ser. É uma música que me fortalece, que me ajuda a caminhar, uma espécie de oração aberta à comunhão humana e à beleza da vida.
Foi escrita em 1978, pelo cantor argentino León Giego, como parte do álbum IV LP. Insere-se na chamada Canção de Protesto e foi escrita durante o conflito fronteiriço entre a Argentina e o Chile. Inesperadamente, a canção popularizou-se entre os movimentos pela Paz e tem sido cantada ao longo de décadas por dezenas de cantores e cantoras como canção de esperança e resistência contra as injustiças, a guerra e o exercício ditatorial do poder sobre a Humanidade e a Vida.
Traduzida em mais de vinte e cinco línguas e cantada por dezenas de cantores, cantoras e grupos musicais, a versão da cantora argentina Mercedes Sosa popularizou-a mundialmente.
Para escutar de ouvidos e de coração bem abertos.
João Paulo Amaral
(Professor de Educação Especial)
(versão ao vivo de Mercedes Sosa, inclui letra e música)
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